Home |
24 de Julho
Numa única memória são recordadas nossas Irmãs mártires da guerra civil espanhola que durou de 1936 a 1939. Em particular:
Maria Pilar da São Francisco de Borja (nascida em Tarazona, a 30 de dezembro de 1877), Teresa do Menino Jesus e de São João da Cruz (nascida em Mochales, a 5 de março de 1909), Maria Ângeles de São José (nascida em Getafe, a 6 de março de 1905), Carmelitas Descalças do Mosteiro de Guadalajara, foram martirizadas no dia 24 de julho de 1936, depois de terem confessado sua fé em Cristo Rei e oferecido suas vidas pela Igreja. São as primícias dos inumeráveis mártires da guerra civil espanhola de 1936-1939. Foram beatificadas por João Paulo II, no dia 29 de março de 1987.
Maria Sacrário de São Luís Gonzaga, Elvira Moragas Cantarero, nasceu em Lillo no dia 8 de janeiro de 1881, filha dos farmacêuticos da cidade: D. Ricardo Moragas e D. Isabel Cantarero. Batizada no dia 17 do mesmo mês com o nome de Elvira Moragas Cantarero. Quando seu pai passou a ser farmacêutico provedor da Casa Real foram viver em Madrid porque a menina crescia e queriam lhe dar uma boa educação. Levaram-na então ao colégio das Mercedárias que foram completando a obra de seus pais na formação e educação de Elvira. Seu caráter tenaz e enérgico e, às vezes caprichoso, foi moldado por sua mãe que corrigia e castigava sua pequena, mas sabia premiar seu bom comportamento e seu trabalho com seus estudos e aplicação no colégio e sua vida boa e piedosa em casa. Aos 10 anos seus pais a levaram em viagem a Roma e outros lugares. Aos dezoito anos, Elvira entrou para a Universidade em Madrid onde cursou Farmácia, sendo a primeira mulher espanhola neste ramo. A vida austera e penitente que vivia há algum tempo, unida às cruzes, trabalhos e provas com a morte de seus queridos pais, haviam minado suas forças e debilitado sua saúde. Quando a comunidade do Carmelo Santa Ana viu o rosto emagrecido da jovem, as monjas determinaram esperar uma temporada para que Elvira pudesse recuperar as energias perdidas. No dia 21 de junho de 1915, Elvira entrou para o Carmelo de Santa Ana e após seis meses como postulante, recebeu o hábito, com o nome de Maria Sacrário de São Luís Gonzaga. A noviça sentia-se, desde então, inundada por essa presença de Deus simples e amorosa que tanto falava nosso pai S. João da Cruz, mas o martírio era o seu ideal. A mortificação e austeridade de vida foram suas normas de conduta. Maria Sacrário fez sua Profissão Religiosa no dia 24 de dezembro de 1916. Foi uma excelente Carmelita, da qual podia se afirmar: cumpriu o ideal proposto. Em seis de janeiro fez sua Profissão Solene e exerceu o cargo de enfermeira. Em janeiro de 1927 foi eleita priora da comunidade e exerceu o cargo por um triênio. Terminando o triênio, foi nomeada mestra de noviças, de 1930 a 1933. Os religiosos, neste período, eram perseguidos e estavam em contínuo estado de alarme. Em primeiro de junho de 1936 tornou a ser reeleita priora a Madre Maria Sacrário que naquele momento disse como Jesus: “Meu Pai, se for possível, afasta de mim este cálice; mas não se faça a minha vontade, mas a tua.” No dia 18 de julho começou para a comunidade de Santa Ana, sua dolorosa odisséia. A Madre Maria do Sacrário reuniu a comunidade e propôs para as irmãs que fossem para suas famílias e ficou no convento com nove irmãs. No dia 20 do mesmo mês o convento foi invadido por militares e civis, que com pau iam quebrando, pisoteando e queimando tudo que encontravam. Levaram as irmãs num carro e mandaram que fossem para casa de suas famílias. Na véspera da Assunção invadiram a casa onde estava e a levaram para prisão junto com outra Irmã. Depois de ter sido submetida a duros interrogatórios, nada revelou, não só para guardar alguns recursos da comunidade, mas para proteger a vida das pessoas que os guardavam. Na noite de 14 de agosto de 1936, por volta da meia noite, foi fuzilada. Foi beatificada por São João Paulo II em 10 de maio de 1988.