A Vocação de Uma Carmelita Descalça

Nosso carisma inicia-se com Nossa Santa Madre Teresa de Jesus e com seu desejo de responder as dificuldades existentes em seu tempo. Nossa Ordem nasce como um dom para a Santa Igreja, que perdura até os nossos dias. Diante das dificuldades que a Igreja enfrentava, no tempo de Santa Teresa, ela fundou mosteiros para salvar as almas e para que “tendo Deus tantos inimigos e tão poucos amigos, que estes fossem bons”. Imprime assim ao Carmelo um sentido apostólico, orientando ao serviço da Igreja a oração, o retiro e a vida inteira das Carmelitas Descalças.

O Carmelo é todo de Maria. Desde o princípio o Carmelo sempre foi dedicado a Maria e a vida da carmelita está marcada pela vida mariana. O Carmelo é escola de vida interior, e neste caso é Maria modelo perfeitíssimo da carmelita: “Maria é a suprema contemplativa, por isto o Carmelo considera Maria, não somente como a grande protetora e generosa doadora do escapulário, mas também, e de um modo especial a Irmã Maior e primeira Mestra daquele espírito que ela alcançou plenamente das fontes de seu Filho, Jesus.

Viver no Carmelo é viver em comunidade. É estar diariamente em contato com as Irmãs, levando ao termo o que disse Nossa Santa Madre Teresa de Jesus: “todas devem ser amigas, todas se hão de amar, todas se hão de querer, todas se hão de ajudar”.

A vida de oração, de solidão e de recolhimento, requer tempos de encontro e de fraternidade. Não é possível amar a Deus sem amar o próximo. Em cada encontro com a comunidade vivemos a alegria de expressar nosso amor a Deus.

Vivendo diariamente na "Casa do Senhor”, as carmelitas buscam em cada ação a comunhão com Deus, viver intensamente em Sua presença. Presença esta que enche os claustros do Carmelo, que se manifesta das mais diferentes formas. O contemplativo é aquele que aprendeu a encontrar a Deus, a viver em comunhão com Ele na cotidianidade e na simplicidade dos acontecimentos. Assim é a vida no Carmelo, um constante imergir nas profundezas divinas.

Ser carmelita é ser um coração orante, que diariamente eleva a Deus um sacrifício de louvor. Assim como na oração litúrgica, como na oração a sós com Deus a carmelita tem presente todas as necessidades da humanidade e de uma maneira especial a de todos os sacerdotes. No Carmelo, a oração é a obra principal, a ocupação primordial, o fim ao qual tudo converge durante o dia, o centro ao qual tudo gravita. No Castelo interior, diz-nos Santa Teresa: “Todas que trazemos este hábito sagrado do Carmelo somos chamadas a oração e contemplação porque este foi o nosso principio”. O Carmelo é escola de oração.

Diz nossas constituições que nossa vida é “viver em obséquio de Jesus Cristo”, pois Ele é o Mestre que nos guia, como nos ensinou nossa Santa Madre Teresa de Jesus. É contemplando sua vida casta, pobre e obediente que as carmelitas O seguem através dos conselhos evangélicos.