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Temos de pensar que o Senhor não olha coisas que, embora nos pareçam faltas, não o são. Sua Majestade já conhece a nossa miséria e baixeza natural melhor do que nós mesmos, sabendo que essas almas desejam sempre pensar nele e amá-Lo; o que Ele quer é essa determinação, não servindo essa outra aflição senão para inquietar a alma. Quem está incapacitado de obter frutos durante uma hora assim o estará por quatro. Porque muitíssimas vezes (tenho enorme experiência nisso, e sei que é verdade, porque o examinei com cuidado e disso tratei com pessoas espirituais) tudo vem da indisposição corporal; somos tão miseráveis que essa pobre alma está aprisionada aos males do corpo; e as mudanças do tempo e variações dos humores muitas vezes fazem com que, sem culpa, ela não possa fazer o que quer, padecendo de todas as maneiras. Nesses momentos, quanto mais a quisermos forçar, tanto pior e mais duro será o mal; nesse caso, é preciso ter discrição para ver quando se deve fazer o quê, para não atormentar a pobre. Que elas percebam que estão doentes e mude a hora da oração, o que amiúde durarão alguns dias. Suportem como puderem esse desterro, pois é grande a desventura da alma amante de Deus ao ver que passa por essa desolação, sem poder fazer o que quer; por ter um hóspede tão ruim quanto o corpo.
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Você deve estar se perguntando o porquê deste título “Teresa, uma santa atual?”
Simplesmente porque, já faz 500 anos que Teresa, no livro da Vida, nos deixou este maravilhoso escrito, acima colocado.
Só uma mulher sábia, inteligente, prática, de bom senso, poderia nos dizer a 500 anos passados, isso que hoje tanto se fala: “saber ter a criatividade de viver bem, dentro das diferentes circunstâncias que a vida nos apresenta.”
Na verdade, Teresa nos mostra que não podemos perder tempo com certas coisinhas, que não acontecem do jeito que a gente planejou.
Quando não nos sentimos bem, seja fisicamente, ou seja, de qualquer outro modo, não podemos perder tempo, deixando de lado o essencial que é de fazermos aquilo que planejamos, mesmo que não dê para fazê-lo dentro do esquema que havíamos pensado ou planejado
Quando, de repente, nos sentimos cansados, vazios, desconcentrados, não podemos perder tempo, achando que será uma perda de tempo estar lá, “fazendo” aquilo que planejamos.
É fundamental que entendamos que, para Deus não importa o jeito com que estamos diante d’Ele, mas sim, para Deus o que importa é, de que “estejamos ali, por causa d’Ele.”
Você pode ficar uma hora diante de Deus, lutando para superar as distrações... Lutando para deixar de “viajar” no pensamento... Lutando para combater a secura interior...
No final desta hora, quem sabe, você até possas sentir certo cansaço e um vazio dentro de você. Você até pode sentir uma dor e uma sensação de perda de tempo. Porém, nada disso importa, se você tiver a humildade de olhar para Deus e disser a Ele com sinceridade: “Meu Deus, tudo isso que eu vivi aqui neste tempo, tudo isso é por Ti e para Ti.”
Não importa o jeito com que você está diante d’Ele!
O que importa, é você ficar, permanecer, estar diante d”Ele!
Não importa o esforço que você fez para estar ali diante d’Ele!
O que importa, é de você saber que Ele esteve; com amor e misericórdia “olhando para você durante todo este tempo.”
O que parece perda de tempo, na verdade, acaba se tornando, um momento de muita intimidade com Deus, pois quando você se coloca diante d’Ele, se abandonando nos seus braços, aí então, você estará se entregando numa oração de confiança e de proximidade, mesmo que você não “sinta” esta presença de Deus.
O Papa Francisco nos diz: “Todos nós passamos por momentos difíceis, duros. Sabemos o que se sente num momento difícil de dor, num momento de dificuldades. Nestes momentos, precisamos de três coisas para seguir adiante: Oração, Paciência e Esperança. Nunca esqueçamos isso.”
No meio da escuridão, da aridez, da dor, quem é capaz de saber “perder tempo” diante de Deus, é certo que estará fazendo esta maravilhosa experiência de descobrir “o Tempo de Deus” que não é o nosso tempo.
E com Oração, com Paciência e com Esperança, nunca irá desanimar, mas sempre irá perseverar, pois mesmo na solidão e na dor, terá certeza de que Deus não o abandonou, mesmo que naqueles momentos não “sinta” a presença de Deus.
Pegue o “pincel” e retrate na “tela” de sua vida esta imagem, que é capaz de revelar e mostrar a todos, de que você tem certeza daquilo que Teresa nos diz: “Olha que Ele te olha!”
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O que importa é você ficar, permanecer, estar diante d”Ele! Assim com o pincel na mão e olhos Naquele que nos olha, dirijamos nossa pintura na companhia
