Nossa Senhora da Assunção e São José


49 - REGALOS DE DEUS!

Livro da Vida 11, 14 - 15a

 

Para mulherzinhas como eu, fracas e pouco constantes, creio que convém, como Deus agora o faz comigo: conduzir-me com regalos, para que eu possa sofrer algumas dificuldades que Sua Majestade desejou que eu tivesse. Mas, para servos de Deus, homens de valor, instruídos, inteligentes, desgosta-me ouvi-los se queixarem tanto de que Deus não lhes dá devoção; não digo que não a aceitem, se Deus a der, tendo-a em alta conta, porque, nesse caso, Sua Majestade sabe que isso lhes convém, mas que, quando não a tiverem, que não se aflijam, entendendo que ela não lhes é necessária, já que Sua Majestade não a dá, e sigam seu caminho. Acreditem que é uma imperfeição. Eu o vi e experimentei. Acreditem que é imperfeição e falta de liberdade de espírito; é mostrar fraqueza para qualquer empreendimento.
Não falo isso tanto para os que começam (embora eu o acentue tanto porque é muito importante para eles começar com essa liberdade e determinação), mas para outros, pois haverá muitos, e há realmente, que começaram e nunca acabam de acabar; e creio que isso se deve em grande parte ao fato de eles não abraçarem a cruz desde o início, razão por que ficam aflitos, julgando que nada fazem. Não conseguem suportar que o intelecto deixe de atuar, não percebendo que, então, a vontade aumenta e se fortalece.

 

"Arte de confiar! Arte de amar com amor gratuito! Arte de acreditar, mesmo não sentindo nenhuma motivação para crer! Arte de ver, mesmo nada vendo! Arte de se jogar, mesmo não sabendo se tem alguém para nos aparar! Arte de chorar, com a certeza de que Ele vai nos consolar!". Eis a arte que confiamos expressar no manuseio de nosso pincel, sob o olhar atento e as dicas precisas do Frei Ivo.

 

      

Por  “regalos” podemos entender presentes, mimos, lembranças...

                        Teresa de Jesus, espertamente diz: “Para mulherzinhas fracas como eu, tudo bem  que Deus me presenteie com alguns “regalos” para que eu persevere e não desanime. Porém, diz nossa Santa,  gente sábia, com grande capacidade, experiente, instruída, com grande valor... essa gente não precisa ficar “choramingando” “regalos” de Deus!.”

                        O que Teresa quer nos dizer com este jeito “esperto” de nos falar?

                        Na verdade, nossa Santa quer nos mostrar que nós devemos fazer uma caminhada, sempre contando com a graça e com a presença de Deus, pois Ele nunca falha e nunca nos deixa sozinhos.

                        Deus é um Pai que sempre “nos pega pela mão” e vai nos conduzindo pelas estradas da vida!

                        Porém, como bom Pai, tem momentos que Deus larga da nossa mão e, em outros momentos, Deus solta a nossa mão porque nós forçamos para que Ele nos solte a fim de podermos andar, caminhar e correr sozinhos.

                        Quando Deus solta a nossa mão, sentimos falta deste “regalo” amoroso do Pai!

                        E, quando somos nós a forçar que Deus nos solte,  para andarmos sozinhos, de repente acabamos caindo e “choramos” a dor da queda!

                        Em ambos os momentos, gostaríamos tanto de sentir os “regalos” de Deus!

                        Porém, é importante que saibamos descobrir e sentir a presença de um Deus que é Pai, mesmo nos momentos em que não percebemos que Ele está segurando em nossas mãos.

                        E isso é uma arte!

                        Arte de confiar! Arte de amar com amor gratuito! Arte de acreditar, mesmo não sentindo nenhuma motivação para crer! Arte de ver, mesmo nada vendo! Arte de se jogar, mesmo não sabendo se tem alguém para nos aparar! Arte de chorar, com a certeza de que Ele vai nos consolar!

                         

 

 

 

                         Chegar a vivenciar esta “Arte” é maravilhoso, pois isso significa que não vamos ficar perdendo tempo com choros e lágrimas, se por acaso  não sentirmos em nossas vida estes “regalos” de Deus!

                        Chegar a vivenciar esta “Arte”,  é chegar a esta experiência maravilhosa que São Paulo fez e que nos revela quando diz: “ “Quem poderá nos separar do amor de Cristo? A tribulação, a angústia, a perseguição, a fome, a nudez, o perigo, a espada? Mas, em todas estas coisas, somos mais do que vencedores por meio d’Aquele que nos amou. Estou convencido de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem o presente, nem o futuro, nem os poderes, nem as forças das alturas ou das profundidades, nem qualquer outra criatura, nada nos poderá separar do amor de Deus, manifestado em Jesus Cristo, nosso Senhor.”
(Rom. 8, 35-39)

                        Se Paulo fez a experiência desta maravilhosa “Arte”,  paremos um pouco... tomemos o “pincel” e retratemos numa tela esta desafiante pergunta: “Se Paulo fez, por que não eu... por que não você?...

Ivo Bortoluz OCD

 


                                                                    Vamos rezar com as Irmãs...
 

                                                                         

Ó Santa Teresa caminhai conosco 
para daí seguirmos contigo...

Dá-nos Senhor que fixando nosso olhar
e nosso coração sob as palavras de Santa Teresa,
despertemos para viver sem medida a confiança em cada passo da caminhada.
Acreditando e exercitando na "Arte de ver,
mesmo nada vendo! Arte de se jogar,
mesmo não sabendo se tem alguém para nos aparar!"     Amém