Teresa de Jesus, com sua habitual franqueza e transparência, diz o quanto Deus tem sido bom para com ela, na sua caminhada de oração. De um modo muito simples e transparente, chega até a se comparar com outras pessoas e afirma que Deus foi muito misericordioso para com ela.
E no meio dessa franqueza e transparência, Teresa louva o Senhor por Ele “ter plantado um jardim de flores tão suaves, num pântano tão sujo e mal cheiroso.”

Olhe bem que jeito lindo que Teresa tem para acolher a misericórdia de Deus para com ela. Com franqueza e transparência, ela relata o que o Senhor realiza com sua pessoa e com toda a humildade, Teresa acolhe a misericórdia de Deus em sua vida.

Nosso Papa Francisco, comentando a parábola do Fariseu e do publicano nos diz que:
“Nesta parábola Jesus nos ensina qual é a atitude certa para rezar e pedir a misericórdia do Pai. Os dois vão ao templo para orar, mas comportam-se de maneiras diferentes
e os resultados que eles alcançam também são totalmente diferentes.”
Francisco acrescenta: “O fariseu, mais do que rezar, fica cheio de si, orgulhoso
com a sua observância dos mandamentos. Mas a sua atitude e as suas palavras
estão longe do modo de agir e de falar de Deus, que ama e não despreza os pecadores.

A atitude do publicano, diz Francisco, “é a atitude certa. Os seus gestos de contrição
e as poucas e simples palavras que diz – “ó Deus tem piedade de mim que sou pecador”
– dão testemunho de sua condição miserável. A sua oração é essencial.
Comporta-se humildemente, certo de ser apenas um pecador necessitado de compaixão.”

E veja o que acrescenta o Papa, “se o fariseu não pede nada porque já tinha tudo,
o publicano só pode mendigar a misericórdia de Deus. Apresentando-se de mãos vazias,
com o coração despido e reconhecendo-se pecador, o publicano mostra a todos nós
a condição necessária para receber o perdão do Senhor. Não basta, portanto,
questionarmo-nos quanto rezamos. Devemos também perguntarmo-nos como rezamos,
ou melhor, como está o nosso coração.
É fundamental examinar o nosso coração para valorizar os pensamentos,
os sentimentos e expulsar para fora de nosso coração
todo tipo de arrogância e hipocrisia.”

Teresa e Francisco nos fazem refletir seriamente sobre o jeito
com que vivemos a nossa oração, a nossa fé e a nossa religião.
Teresa e Francisco nos questionam seriamente sobre o modo com que rezamos
e o modo com que nos comportamos neste relacionamento com Deus através da oração.

Teresa e Francisco fazem com que a gente se pergunte com toda a sinceridade:
“será que minha oração é feita com a humildade de alguém que se sente pequeno,
pobre, pecador, miserável?” Ou, de repente, rezamos achando que nossa oração
é uma “poupança” que colocamos nas mãos de Deus para que Ele nos recompense
por tudo aquilo que fazemos dentro do nosso viver religioso e do nosso professar a fé.

Como é linda a pessoa humilde que sempre se sente indigna do amor misericordioso de Deus!
Como é linda a pessoa que tem consciência de que ela não mereceria ser atendida
em suas preces por Deus, mas também tem a certeza de que Deus a atende
não porque ela mereça, e sim, porque Deus é infinitude em misericórdia.

Pegue em suas mãos o “pincel” e retrate no “quadro de sua vida”
esta impressionante figura de um Deus que está acolhendo,
amando e abraçando uma pessoa totalmente pequena, pobre, pecadora e miserável!
Olhe bem para esta pintura. Olhe bem para a pessoa abraçada por Deus.
E sinta a alegria de ver que esta pessoa abraçada por Deus é você!

Frei Ivo Bortoluz OCD
Vamos rezar com as Irmãs...
Ó Santa Teresa caminhai conosco
para daí seguirmos contigo...
Senhor demorando os olhos do coração e da mente nas verdades de Teresa
e na franqueza e transparência com que elas são trazidas para nossa realidade,
somos atraídos a trilhar este mesmo caminho, encontrando o verdadeiro espírito
que deve reger e mover nossa caminhada de oração, num diálogo pleno
de busca da misericórdia de Deus. Auxiliai-nos Senhor, a buscar acima de tudo
a Vossa bondade, a Vossa Graça, que supera todo tesouro e livra-nos de todo erro. Amém.
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