Nossa Senhora da Assunção e São José


22 - Pintando nossa vida com Teresa... BOTAR O CHAPÉU!

Livro da Vida 8,12

Eis nossa linha-guia teresiana:
§ Decisão § Posição §Atitude

10. Para que vejam Sua misericórdia e o grande bem que foi para mim não ter deixado a oração e lição, direi aqui - pois importa tanto que isto se entenda - a bateria que faz o demónio a uma alma, a fim de a ganhar, e o artifício e misericórdia com que o Senhor procura chamá-la de novo a Si, e se guardem dos perigos de que não me guardei. E sobretudo, por amor de Nosso Senhor e pelo grande amor com que nos anda atraindo para que voltemos a Ele, peço que se guardem das ocasiões; uma vez metidas nelas, não há que fiar quando tantos inimigos nos combatem e tantas fraquezas há em nós para nos defendermos.

11. Quisera eu saber descrever o cativeiro em que, nestes tempos, trazia a minha alma. Bem entendia eu que estava cativa, mas não acabava de entenderem quê, nem podia de todo crer que coisas que os confessores não me agravavam tanto, fossem tão más como eu o sentia na minha alma. Disse-me um, indo eu a ele com escrúpulos, que embora tivesse subida contemplação, não havia inconveniente em semelhantes ocasiões e tratos.

 

Frei Ivo nos trouxe hoje um chapéu de presente, tomando o nosso pincel, pintando com liberdade a tela de nossa vida vamos avaliar se estamos dispostos a: “botar o chapéu”...

 

Ao ler o texto acima apresentado, vemos algo de muito especial em Teresa de Jesus: o como ela gostava de escutar os sermões feitos na época. O como ela apreciava uma pessoa que falasse bem. O como ela se sentia consolada e confortada com aquilo que ouvia. E, ao mesmo tempo, o quanto ela se sentia desafiada para tentar praticar aquilo que ela escutava nesses sermões.

Através deste modo de se expressar, Teresa nos mostra que, sempre que escutava um sermão, ela o fazia se perguntando de que jeito, de que modo, de que maneira ela poderia viver aquilo que Deus estava lhe falando através daquela pregação.

Isso parece uma coisa tão simples, não é mesmo?!

Mas, não é, não!

E por que não é tão simples como parece?

Porque nós temos e sentimos uma terrível tentação: quando ouvimos alguém falando, como por exemplo numa homilia, nosso pensamento parece sair de dentro de nós, indo ao encontro dessa ou daquela pessoa e automaticamente chegarmos a uma conclusão que nos leva a dizer: “que pena que fulano ou fulana não estão aqui para escutar tudo isso. Nossa! Tudo isso serve tão bem para aquela pessoa! Essa ou aquela pessoa precisariam tanto ouvir isso para poderem mudar de vida e serem melhores!”

Você já ouviu alguém dizer: “Serviu o chapéu!”

Pois é, por “serviu o chapéu”, queremos dizer que aquilo que foi falado e que escutamos era bem aquilo que a gente estava precisando ouvir naquele momento, para tentar praticar. E como é bom quando a gente sabe “botar o chapéu!”


                                                    

Muitas vezes, aquilo que escutamos numa homilia serve para nos animar, nos entusiasmar.

Outras vezes, o que ouvimos, serve para nos consolar, nos confortar.

Outras vezes, ainda, o que ouvimos, serve para nos chamar a atenção e para nos mostrar o que devemos mudar no nosso jeito de ser e de agir, para vivermos melhor.

Escutar alguém e tentar “botar” o chapéu” para aproveitar aquilo que se ouviu para ter uma vida diferente e melhor, é corresponder a uma graça especial que Deus nos dá.

Feliz da pessoa que sabe “botar o chapéu” e que sabe corresponder a graça que Deus lhe deu e ofereceu naquilo que ela teve a oportunidade de ouvir.

Feliz aquela pessoa que tem a simplicidade de cultivar um coração sempre aberto para aprender com todas as pessoas.


                                                             

Feliz aquela pessoa que tem a humildade de saber que Deus lhe fala através de tudo e de todos, especialmente, dos mais sofridos e pequeninos.

Feliz aquela pessoa que tem consciência de que sempre tem algo para transmitir para os outros, mas que, ao mesmo tempo, sempre está de olhos, ouvidos e coração aberto para aprender tantas coisas com a sabedoria daquelas pessoas que Deus coloca em seu caminho.


                                                     

“Saber botar o chapéu!”
Sei lá se esta expressão tem algo de teológico!
Mas, acho que esta expressão tem tudo do evangelho de Jesus.

Só quem é capaz de “botar o chapéu”, será capaz de pegar o “pincel de sua vida” para tornar o “quadro de sua existência” muito mais bonito, pela simplicidade e humildade de alguém que sempre está alegre, por sempre estar aberto para aprender.

 

Frei Ivo Bortoluz OCD

 


                                                                    Vamos rezar com as Irmãs...
 

                                                                         

Ó Santa Teresa caminhai conosco para daí
seguirmos contigo...

Com as palavras de Teresa queremos afirmar e rezar: "Eu pro­curava soluções, fazia esforços; mas ainda não compreendia que isso de nada serve se, mesmo não confiando por inteiro em mim, eu não pusesse a confiança em Deus".


Senhor concedei-nos buscar-Vos de todo o coração e em Vós renascer para uma vida nova... com o chapéu que Vós mesmo me preparaste!

Amém.