Nossa Senhora da Assunção e São José


17- Pintando nossa vida com Teresa...Tratar de Amizade.

Livro da Vida 8, 5

Com alegria retomemos, começando sempre de bem a melhor a pintura de nossa vida, sob a guia do Frei Ivo...

5. O bem que possui quem se exercita na oração, há muitos santos e almas boas que o têm escrito - digo - da oração mental. Glória seja dada a Deus por isso! E quando assim não fosse, embora eu seja pouco humilde, não sou tão soberba que disto ousasse falar.

Daquilo que tenho experiência, posso dizer que, por males que faça quem começou a ter oração, não a deixe, pois é o meio por onde pode tornar a emendar-se e, sem ela, será muito mais dificultoso. E não o tente o demónio, do mesmo modo que a mim, de a deixar por humildade. Creia que não podem faltar as palavras do Senhor, arrependendo-nos deveras e determinando-nos a não O ofender, Ele volta à amizade que tinha e a fazer as mercês que antes fazia, e, às vezes, muito mais se o arrependimento o merecer.

A quem ainda não a começou, por amor do Senhor lhe rogo, não careça de tanto bem. Não há aqui que temer senão que desejar. Mesmo quando não for avante mas se esforçar a ser perfeito que mereça os gostos e regalos que Deus dá a estes, pouco a pouco irá entendendo o caminho para o Céu; e se persevera, espero eu na misericórdia de Deus, pois ninguém O tomou por amigo que não lho pagasse. E outra coisa não é, a meu parecer, oração mental, senão tratar de amizade - estando muitas vezes tratando a sós - com quem sabemos que nos ama. E se ainda O não amais (porque para que seja verdadeiro o amor e para que dure a amizade hão-de encontrar-se as condições: a do Senhor já se sabe, não pode ter falta; a nossa é ser viciosa, sensual, ingrata), não podeis por vós mesmas chegar a amá-Lo, porque não é da vossa condição; mas, vendo o muito que vos vai em ter a Sua amizade e o muito que vos ama, passais por esta pena de estar muito com Quem é tão diferente de vós.

 

COM DISPOSIÇÃO E ENTUSIASMO NA ALEGRE COMPANHIA DO FREI IVO, INICIEMOS MAIS UMA PINTURA DA NOSSA VIDA...

 

“Para mim, a oração mental não é senão tratar de amizade — estando muitas vezes tratando a sós — com quem sabemos que nos ama.”

São tantas e tão diferentes as definições de oração que encontramos nas vidas de tantas e tão diferentes pessoas. Uma destas definições é a que vemos acima, feita por Teresa.

É uma definição simples e profunda. Nela, Teresa nos mostra que a oração, a comunicação com Deus, não tem nada de complicado. A partir de uma base humana, a amizade, Teresa nos mostra como devemos viver a oração.

Quem de nós nunca fez uma experiência de amizade verdadeira.

Aquela amizade que faz com que a gente se sinta bem e feliz junto da pessoa amiga. Aquela amizade que acaba se tornando muito importante em nossa vida, não apenas por aquilo que falamos e partilhamos, mas sim, pela importância de sermos presença um ao lado da outro. Aquela importância que vai muito além das palavras e que faz que a gente consiga se comunicar através de um olhar e de um silêncio que grita forte ao nosso coração.

 

                                                            

                                           

                                                           

Quem sabe, caiba aqui uma história muito bonita, escrita por Gandhi. Leia e pense: Por que as pessoas gritam?

Um dia, um pensador indiano fez a seguinte pergunta a seus discípulos:

- Por que as pessoas gritam quando estão aborrecidas?

- Gritamos porque perdemos a calma, disse um deles.

- Mas, por que gritar quando a outra pessoa está ao seu lado? - Questionou novamente o pensador.

- Bem, gritamos porque desejamos que a outra pessoa nos ouça, retrucou outro discípulo. E o mestre volta a perguntar:

- Então não é possível falar-lhe em voz baixa?

Várias outras respostas surgiram, mas nenhuma convenceu o pensador. Então ele esclareceu:

- Vocês sabem por que se grita com uma pessoa quando se está aborrecido? O fato é que, quando duas pessoas estão aborrecidas, seus corações se afastam muito. Para cobrir esta distância precisam gritar para poderem escutar-se mutuamente. Quanto mais aborrecidas estiverem, mais forte terão que gritar para ouvir um ao outro, através da grande distância.

Por outro lado, o que sucede quando duas pessoas estão enamoradas?

Elas não gritam. Falam suavemente.

 

                                                      

E por quê?

Porque seus corações estão muito perto.

A distância entre elas é pequena.

Às vezes estão tão próximos seus corações que nem falam, somente sussurram.

E quando o amor é mais intenso, não necessitam sequer sussurrar, apenas se olham, e basta. Seus corações se entendem.

É isso que acontece quando duas pessoas que se amam estão próximas.

Por fim, o pensador conclui, dizendo:

"Quando vocês discutirem, não deixem que seus corações se afastem, não digam palavras que os distanciem mais, pois chegará um dia em que a distância será tanta que não mais encontrarão o caminho de volta".

 

                                       

Quem sabe seja importante que a gente, novamente, pegue o “pincel” e retrate no “quadro de nossa vida”, uma paisagem que encanta e que apaixona, por transmitir um silêncio comunicativo que faça acontecer um maravilhoso encontro de corações que se amam verdadeiramente!

 

Frei Ivo Bortoluz OCD

 


                                                                    Vamos rezar com as Irmãs...
 

                                                                         

Ó Santa Teresa caminhai
conosco para daí
seguirmos contigo...

“Se perseverar, tudo espero da misericórdia de Deus, pois ninguém fez amizade com Ele sem dele obter grande recompensa”. Ó Senhor confiantes em Vossa Misericórdia e apoiados nas palavras de Santa Teresa; a quem destes na terra e no céu lugar de mãe e mestra nos caminhos da oração, como expressão da amizade Convosco. Viemos buscar luzes e graças para empreender com alegria o caminho da oração.

Amém.