Nossa Senhora da Assunção e São José


15- Pintando nossa vida com Teresa... NÃO SER MORNO

Livro da Vida 8, 1-2

Vamos tomar nosso pincel e nos posicionar sob as orientações de nosso Frei Ivo, que agora nos acompanha desde a cidade de Uruguaiana, sua nova comunidade ao se despedir de Curitiba...

1. Não sem motivo ponderei tanto este tempo da minha vida, pois bem vejo que não dará gosto a ninguém ver coisa tão ruim. É certo que quisera eu se aborrecessem os que isto lessem, ao ver uma alma tão pertinaz e ingrata para com Aquele que tantas mercês lhe tem feito; e quisera ter licença para dizer as muitas vezes que neste tempo faltei a Deus.

2. Por não estar apoiada nesta forte coluna da oração, passei neste mar tempestuoso quase vinte anos. Ora com estas quedas, ora com levantar-me e mal -pois tornava a cair - e em vida de perfeição baixa, que nenhum caso fazia de pecados veniais; e dos mortais, embora os temesse, não era como devia ser, pois não me apartava dos perigos. Sei dizer que é uma das vidas mais penosas que me parece se pode imaginar; nem gozava de Deus, nem achava contentamento no mundo. Quando estava nos contentamentos do mundo, lembrando-me do que devia a Deus, era com pesar; quando estava com Deus, as afeições do mundo me desassossegavam. Isto é guerra tão penosa que não sei como a pude sofrer um mês, quanto mais tantos anos.

No entanto, vejo claramente, a grande misericórdia que o Senhor me fez: já que havia de tratar com o mundo, que tivesse ânimo para ter oração. Digo ânimo, porque não sei para que coisa, de quantas há na terra, é preciso maior que para atraiçoar o rei, e saber que ele o sabe, e não se lhe tirar da frente. Porque, embora sempre estejamos diante de Deus, parece-me a mim levará a porto de salvação como, ao que agora parece, me levou a mim. Praza à Sua Majestade que eu não me volte a perder.

 

Vamos tomar nosso pincel e nos posicionar sob as orientações de nosso Frei Ivo, que agora nos acompanha desde a cidade de Uruguaiana, sua nova comunidade ao se despedir de Curitiba...

 

Uma das advertências que encontramos na Palavra de Deus e que mais me impressiona, é a que encontramos no Apocalipse: “Conheço tuas obras: não és nem frio, nem quente. Oxalá fosses frio ou quente! Mas, visto que és morno, nem frio, nem quente, vou te vomitar da minha boca.” (3,15-16)

Vejam se essas palavras do Apocalipse não se encaixam perfeitamente no texto de Teresa, acima colocado. A Santa nos diz: “Eu não me rejubilava em Deus e nem me alegrava no mundo. Nos contentamentos mundanos, era atormentada pela lembrança do que devia a Deus; quando estava com Deus, era perturbada pelos contentamentos do mundo.”

Teresa se dá conta de que está vivendo um seguimento de Jesus, sem a decisão de uma doação plena e total. Ela vive um seguimento do “mais ou menos”, do “vou levando”. Mas, a radicalidade de uma entrega plena e total, não acontece. Numa palavra, Teresa parece estar sendo esta pessoa que não é nem fria e nem quente. Vai vivendo nesta “mornanidade” ou “mediocridade” que cansa, que enjoa e que nunca a realiza no seguimento de Jesus.

Veja como isso acontece na vida de muitos de nós, seguidores de Jesus Cristo!

Quantas e quantas vezes vivemos um seguimento medíocre. Um seguimento sem entusiasmo. Um seguimento sem comprometimento. Um seguimento que não encanta, que não atrai e que não testemunha nada para os outros.


                                                         

Cultivamos um seguimento mesquinho, vivendo nossas vidinhas de cristãos. Vamos “tocando” a vida do jeito que dá. Vamos vivendo a fé do nosso jeitinho. Preocupados. Muito preocupados com nosso “umbiguinho”, olhando apenas e tão somente para nossos “probleminhas”, para os nossos “grandes sofrimentos”.

Quantas vezes, até participamos da Igreja, da Comunidade, mas mesmo assim, continuamos egoístas, individualistas, porque nos preocupamos apenas com os nossos “trabalhinhos”, com o nosso “grupinho” e acabamos construindo nossas mordomias, nossas acomodações, marcadas por uma terrível mesquinhez.

E no meio de toda esta “mornanidade” ou “medicocridade”, acabamos deixando de olhar e de ver para o sofrimento de tantas e tantas pessoas que estão perto ou distante de nós.

Como é chata a vida de uma pessoa cristã que fica parada nesta “mornanidade” ou “mediocridade”! Chata e triste, porque é uma vida que se reduz ao “fazer” e se esquece de “ser” um pouco mais no seguimento de Jesus.


                                                       

Veja como o Papa Francisco nos convida para sermos uma “Igreja em saída”, isto é, uma Igreja que abra as portas, uma Igreja que vá para a rua, uma Igreja que faça barulho. Uma Igreja que “tocando a carne dos mais pobres, sinta que está tocando a carne de Jesus.”

Ser uma pessoa morna, é ser uma pessoa que se contenta com pouco, quando Jesus nos chama para muito.


                                                       

Senhor Jesus assisti-nos com a vossa graça para que a vida do outros, suas dificuldades e trabalhos, sejam para nós causa e razão para sair sempre de novo de nós mesmos, das nossas buscas egoístas e individualistas de comodidades e favores. Tornai nosso serviço alegre e solidário para não sermos mornos, “mais ou menos” no seguimento a Vós que Sois Todo Amor e Bondade.

Amém.

Tente fazer isso e você vai encontrar muitas motivações para viver o seguimento de Jesus de um jeito novo e diferente.

Frei Ivo Bortoluz OCD

 


                                                                    Vamos rezar com as Irmãs...
 

                                                                         

Ó Santa Teresa caminhai conosco para daí
seguirmos contigo...

Dá-nos Senhor que atentos a nós mesmos em nossas buscas e motivações, com simplicidade e verdade sejamos capazes de romper com toda sede de poder e glória.

Que servindo ao próximo no amor e na confiança de que o olhar e o amor de Deus nos acompanham sempre e a Ele devemos nossa vida, paz e todo bem.

Amém